Na coluna de hoje vamos falar de um pássaro que é símbolo da principal praça da cidade de Cantagalo, no interior fluminense, e que já teve nome em sua homenagem. O Jardim de Cantagalo (tema da coluna publicada em 05/05/2021), hoje nomeado por Praça João XXIII, já foi chamada de Praça dos Melros. O nome poético, provavelmente, era uma referência aos pássaros que habitavam na charmosa praça. Por lá, hoje, existe uma herma em sua homenagem.
Conhecido pelo nome de graúna, e para nós do interior como melro, esse pássaro preto é um excelente cantor. Fico imaginando como seria frequentar uma praça povoada por eles e seu canto, no coração da cidade. Mas a realidade é que essa espécie, infelizmente, sofreu muito com a ação de captura por parte dos gaioleiros e a crescente urbanização que provocou a redução de áreas verdes. Como consequência, o número desses pássaros nas cidades foi muito reduzido, tornando-se até mesmo inexistente em várias delas. Felizmente em áreas rurais, e em extratos de matas preservadas, ainda é possível observá-los em pequenos bandos
Medindo aproximadamente 25 centímetros de comprimento, o melro possui cor preta bem fechada e pesa mais ou menos 90 gramas. Seu canto é considerado um dos mais melodiosos do país. Eles também podem utilizar casas de joão-de-barro abandonadas para fazer seus ninhos.
Além do Brasil, o melro pode ser encontrado no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Eles costumam frequentar áreas agrícolas, pinheirais, pastagens pântanos, brejos e locais com árvores isoladas, mortas, remanescentes da mata. Também podem se associar a palmeiras.
Esta espécie consta como não ameaçada, na lista de espécies ameaçadas, porém não é muito comum vê-la em área urbana, por isso não habita mais a Praça em Cantagalo. Mas em áreas rurais próximas, tem sido visto com certa frequência. Será que ela poderá povoar em nossa praça de novo? Esperamos que sim! Quem sabe a singela plaquinha “Amai os Melros do Jardim”, bem como a estátua solitária deste pássaro, presentes no frondoso Jardim de Cantagalo, sejam um convite à retomada de tempos antigos quando os melros por lá cantavam?
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E você, já conhecia essa ave? Já ouviu seu canto? Fique antenado nos temas ambientais e nas diversas espécies que habitam na nossa região pelo meu Instagram! Até a próxima coluna! 👍
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