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Cantagalo: berço de líderes e empreendedores em diversas áreas

Cantagalo, desde o Império, é berço de profissionais líderes e empreendedores em diversas áreas do conhecimento, na literatura, Euclides da Cunha; nas artes, Rogéria; na educação, Prof. Herdy; na sociologia, Américo Castro; na dramaturgia, Maria Jacintha; na medicina, Chapot Prevost; na engenharia, Augusto Ramos. Todos cantagalenses de conceito nacional e a maioria alcançando o cenário internacional, como é o caso de Américo Castro, Euclides, Rogéria, Maria Jacintha, Chapot Prevost, Brandão Filho e Augusto Ramos. Dessas gerações, somente o Prof. Herdy e a Rogéria são da segunda metade do século 20.

Euclides da Cunha (1866/1909) nasceu em uma fazenda no distrito de Euclidelândia, Cantagalo, em 20 de janeiro de 1866. Diplomou-se na Escola Técnica e na Escola Militar da Praia Vermelha, tornando-se engenheiro e militar. Jornalista, cobriu os principais acontecimentos da chamada Guerra de Canudos. De sua convivência com Antônio Conselheiro e os militares participantes do conflito de Canudos, escreveu a sua obra prima – Os Sertões. Teve outras oportunidades de demonstrar sua qualidade de escritor, mas Os Sertões o projetou internacionalmente. Em 1903, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

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Acervo do Instituto Mão de Luva

Rogéria (1943/2017), nasceu na cidade de Cantagalo, em 25 de maio de 1943. No batismo católico recebeu o nome de Astolfo Barroso Pinto. Foi pioneiro na sua arte de transformista, sem se importar com críticas, preconceitos. Superou todos os obstáculos e desafios. Iniciou sua carreira como maquiadora de celebridades. Viveu cinco anos em Paris, desenvolvendo suas habilidades artísticas. Retornou ao Brasil. Abriu todas as portas para o sucesso, agora sem qualquer preconceito, no teatro, na TV e no cinema. Sua frase famosa: “Em Cantagalo, nasceu a maior bicha do Brasil – eu – e o maior macho do Brasil, Euclides da Cunha”.

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Acervo de periódicos diversos

O Dr. Eduardo Chapot Prevost (1864/1907) é natural de Cantagalo. Formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira do Brasil. Foi professor na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Membro da Academia Brasileira de Medicina, participou de diversas comissões pioneiras, como na investigação e combate à peste bubônica, com Oswaldo Cruz; tuberculose, em Berlim, ao lado do doutor Roberto Koch; cólera no Vale do Paraíba. Mas o seu pioneirismo deu-se na cirurgia. Foi o primeiro cirurgião no mundo a realizar, com sucesso, a cirurgia de separação de xifópagos ou siameses, a das irmãs Maria e Rosalina. Um feito ímpar.

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Acervo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

O professor José de Souza Herdy (1924/1989) nasceu em Euclidelândia, Cantagalo, no dia 12 de junho de 1924. Ali, aos dezoito anos de idade, iniciou sua carreira na área da educação e na religião, tornando-se, mais tarde, pastor da Igreja Batista local. Abriu e construiu igrejas por grande parte do Estado do Rio. Nessas localidades, liderava a abertura de escolas, das quais era diretor e professor. O seu empreendedorismo deu-se, com relevo, em Duque de Caxias (RJ), onde fundou as Faculdades Grande Rio, depois Universidade Grande Rio – Unigranrio. A biblioteca recebeu o nome de Euclides da Cunha. É o único cantagalense a realizar essa proeza.

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Acervo da Universidade Grande Rio Prof. José de Souza Herdy – Unigranrio

Américo Castro (1885/1972) nasceu em Cantagalo, em 4 de maio de 1885, filho imigrantes espanhóis. Seus pais retornaram definitivamente à Espanha, em 1890, quando ele tinha cinco anos de idade. Na Espanha fez seus estudos básicos e universitários. Graduou-se pela Universidade de Granada, mas realizou estudos de pós-graduação na Sorbonne e na Alemanha. Era filólogo, cervantista e historiador dos mais conceituados internacionalmente. Foi um empreendedor voltado para a criação de organizações de pesquisa. Um pioneiro em sua área, com registro em sete livros, todos de sucesso na Europa.

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Acervo das editoras dos livros principais de Américo Castro

Maria Jacintha Trovão da Costa Campos (1916/1994) nasceu em 25 de setembro de 1906, na cidade de Cantagalo. Jovem, transferiu-se para Niterói, onde tornou-se professora, escritora, dramaturga, jornalista, tradutora e produtora teatral. É considerada pioneira em várias áreas da dramaturgia, com expressão internacional. Colocou sua arte em ações democráticas, enfrentando o regime militar de 64. Como diretora do Teatro do Estudante do Brasil, revolucionou o repertório. O seu pioneirismo está na fundação do Teatro de Arte do Rio de Janeiro e do Teatro Fluminense de Arte. É a única cantagalense de sucesso na dramaturgia.

(Acervo das editoras e da Prefeitura de Niterói)
Acervo das editoras e da Prefeitura de Niterói

O cantagalense Augusto Brandão Filho (1881/1957) foi um dos mais hábeis cirurgiões de seu tempo, com fino espírito científico, precursor da neurocirurgia no Brasil. O seu pioneirismo:  primeiro brasileiro a ir além da cirurgia do trauma e tentar o tratamento cirúrgico dos tumores cerebrais; o primeiro a realizar no Brasil a ventriculografia e a angiografia cerebral. Um gênio na ciência médica. Nasceu em Cantagalo, em 19 de maio de 1881. O seu empreendedorismo está presente no planejamento e construção da Cidade Universitária e do Hospital das Clínicas (UFRJ). O seu falecimento deu-se no ano do Centenário da Cidade de Cantagalo (1957).

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Acervo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e de Renato Monnerat Luterbach

O engenheiro Augusto Ferreira Ramos (1860/1939), cantagalense de nascimento, foi o pioneiro no projeto e construção do Bondinho do Pão Açúcar, na Urca, teleférico interliga a Praia Vermelha, os morros da Urca e Pão de Açúcar. Um visionário. Um empreendimento sem igual no Brasil. O título de engenheiro civil ele obteve na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. O seu pioneirismo foi empregado, ainda, na elaboração do Plano de Valorização do Café, que gerou forte crescimento e desenvolvimento da economia brasileira. O seu projeto do Bondinho foi alvo de piadas, chegou a ser chamado de “louco”. Um louco genial.

Cantagalense foi o criador do Bondinho do Pão de Açúcar
Copilado de acervos de jornais descritos ao longo do artigo.

Muitos outros nomes poderiam estar presentes neste artigo. Cantagalo é, de fato, um celeiro de grandes pioneiros, empreendedores, visionários, intelectuais, artistas. Que esta linhagem continue a prosperar, a crescer, a encantar o Brasil e o mundo.

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