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Mata Atlântica, nosso bioma mais rico e ameaçado

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Não há como ser indiferente à natureza exuberante do Estado do Rio de Janeiro. A proximidade entre o mar e as cadeias de montanhas resulta em uma bonita paisagem natural, associada a uma rica biota. Dos campos de altitude às praias paradisíacas, há lugares de tirar o fôlego. Por outro lado, nosso estado é povoado por aglomerados populacionais que provocam constantes mudanças no ambiente natural.

No dia 27 de maio, comemoramos o Dia Nacional da Mata Atlântica, que foi instituído através do Decreto Presidencial de 21 de setembro de 1999. Este dia foi escolhido em memória da famosa “Carta de São Vicente”, onde o Padre José de Anchieta teria descrito pela primeira vez as belezas das florestas tropicais do Brasil, em 1560.

Nosso estado está inserido na Mata Atlântica, bioma mais ameaçado do Brasil e um dos mais ameaçados do mundo – e um dos mais ricos em biodiversidade. Em pouco mais de 500 anos da nossa história, devastamos cerca de 90% de Mata Atlântica em todo território brasileiro. Nos últimos vinte e oito anos ela perdeu o equivalente à área de doze cidades de São Paulo. Atualmente, restam apenas 8,5% de remanescentes florestais em território contínuo acima de 100 hectares. Do território do estado do Rio de Janeiro, totalmente coberto por Mata Atlântica no início, restam pouco mais de 20% da área inicial.  Ao longo desse processo histórico de degradação ambiental, é possível que muitas espécies tenham sido extintas sem nos darmos conta de sua existência prévia.

Essa que é a nossa mata, presente em nossa região, é o lar de 72% dos brasileiros e concentra 70% do PIB nacional. Hoje, restam apenas cerca de 12% da floresta que existia originalmente. Por esse fator, é importante  monitorar, recuperar e fortalecer a legislação que a protege.

Sua fauna é diversa, e temos destaques a alguns animais ameaçados de extinção, como mico leão dourado, anta, muriqui do sul, muriqui do norte, cachorro vinagre, queixada, onça pintada.  Há alguns recém-descobertos, que já são imediatamente classificadas como criticamente ameaçadas, são elas: mico leão de cara preta (meados da década de 90) e pássaro bicudinho-do-brejo (2005), além de sete novas espécies de mini sapos, com tamanhos variando de 0,6 mm a 1 cm, descobertos em 2015, entre Paraná e Santa Catarina (2015). Por serem altamente sensíveis às mudanças climáticas, já entraram na lista de ameaçados.

A regeneração florestal pode acontecer por ação humana ou por recuperação natural de áreas abandonadas. A criação e valorização das unidades de conservação, sejam elas públicas ou particulares, tem importante papel no processo. Nesse sentido, devemos destacar os municípios de Nova Friburgo e Silva Jardim que apresentam, cada um, vinte reservas particulares de patrimônio natural (RPPN), do total das cento e cinquenta existentes em todo estado.

Neste dia 27 de maio podemos destacar algumas importantes áreas de conservação e preservação da Mata Atlântica no interior fluminense, como os Parques Estaduais do Desengano,  dos Três Picos, da Serra Dos Órgãos, a APA da Mata do Posto (em Cordeiro) e a Floresta Estadual José Zago (em Trajano de Morais).

Muitas áreas ainda precisam ser restauradas e preservadas. Além da conservação da biodiversidade, o que por si só já bastaria, é uma questão de ordem pública. A saúde da população e o abastecimento de água estão diretamente relacionados à saúde da floresta. Para saber para onde vai a nossa água, é preciso conhecer os caminhos da preservação das nossas florestas.

Sabemos que não precisamos ir longe em nossa região para nos depararmos  com um fragmento vasto de floresta Atlântica, basta olhar pela janela, pegar uma estrada, ir a uma fazenda ou sitio, ela está a nossa volta, e nós estamos dentro dela, somos parte deste “mundo” belo e vasto.

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