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Brasil deve elevar imposto de importação e veículos ficarão mais caros em 2026

O Governo Federal estuda aumentar as tarifas de importação de diversos produtos em 2026. A medida tem dois objetivos centrais: proteger setores pressionados pela concorrência externa — especialmente pela entrada de itens chineses — e reforçar a arrecadação. A expectativa é gerar cerca de R$ 14 bilhões extras para os cofres públicos.

Setores pressionam por proteção

Entre os segmentos mais afetados estão o automobilístico e o siderúrgico, que relatam avanço expressivo das importações chinesas. A indústria do aço projeta queda na produção e crescimento acima de 30% nas compras externas. Diante do cenário, representantes pedem ao governo mecanismos de defesa comercial, como o aumento das alíquotas.

O setor automotivo vive situação semelhante. Com a forte entrada de veículos chineses, muitos deles elétricos ou híbridos, montadoras instaladas no país pressionam pela recomposição tarifária ao teto de 35%, permitido pelas regras da OMC. Caso o reajuste seja confirmado, carros importados e modelos nacionais que dependem de peças estrangeiras devem ficar mais caros.

Receita prevista no Orçamento

O impacto financeiro do reajuste aparece no relatório de receita do PLOA 2026, apresentado pela senadora Dorinha Rezende (União-TO) e aprovado pela Comissão Mista de Orçamento. Embora o texto não detalhe quais itens serão afetados, interlocutores afirmam que a projeção de R$ 14 bilhões vem justamente do aumento das tarifas sobre produtos com “surtos de importação”.

Reação ao cenário global

Técnicos do governo lembram que a política tarifária mais rígida adotada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, redirecionou parte dos produtos chineses para mercados alternativos, como o Brasil. Isso agravou o desequilíbrio entre o volume importado e a capacidade da indústria nacional.

Previsões para 2026

Se as tarifas forem elevadas, setores como automóveis e aço devem sentir os efeitos rapidamente. Para o consumidor, a previsão é clara: os carros devem ficar mais caros em 2026, especialmente os importados ou dependentes de componentes estrangeiros. A expectativa da indústria é que o ajuste traga fôlego à produção nacional, mesmo com impacto direto no bolso da população.

Produção de veículos desacelera

O setor automotivo já mostra sinais de fragilidade. A produção voltou a cair em novembro e opera abaixo das metas previstas para 2025. Dados da Anfavea mostram recuos nas vendas internas, exportações e fabricação.

O mês encerrou com 238,6 mil unidades vendidas, queda de 8,5% em relação a outubro e de 5,9% frente ao mesmo período de 2024. Apesar de registrar a maior média diária de vendas do ano — 12,6 mil unidades — o ritmo segue inferior ao de 2024 pelo quarto mês consecutivo.

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