Nova Friburgo revela espécies raras e novas descobertas da Mata Atlântica
Registros são do fotógrafo e pesquisador Rodrigo Freitas. Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, continua se destacando como um dos maiores refúgios de biodiversidade da Mata Atlântica. Fragmentos de floresta preservada no município têm revelado espécies raras e até nunca antes registradas na ciência. Os achados foram feitos pelo fotógrafo de natureza e pesquisador botânico Rodrigo Freitas.
Sapo raro da Mata Atlântica
Um anfíbio extremamente raro foi registrado na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Rio Bonito de Lumiar, em 16 de novembro deste ano. Rodrigo caminhava por uma trilha quando encontrou um exemplar de Brachycephalus bufonoides, um dos menores e mais difíceis sapinhos de se observar na natureza.
A espécie, exclusiva da Região Serrana do Rio, mede menos de 2 centímetros e só vive em áreas altamente preservadas. Descrita no início do século 20, ela permaneceu conhecida por um único registro feito em 1909. Somente em 2015 voltou a ser documentada, na Serra de Macaé, também em Nova Friburgo.
Com a validação científica restabelecida nos anos 2000, cada novo registro do Brachycephalus bufonoides representa um marco importante para a conservação.
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Espécie rara de flor
No dia 9 de outubro, Rodrigo registrou pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro a rara Passiflora catharinensis. O achado ocorreu nas montanhas do Parque Estadual dos Três Picos, administrado pelo Inea.
Com pétalas em tom rosa claro e aparência delicada, a flor parecia flutuar presa ao caule — uma surpresa até para pesquisadores experientes. Antes disso, a espécie só havia sido confirmada em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Restrita a altitudes entre 1.600 e 1.900 metros, nunca havia sido documentada em território fluminense.
Trepadeira típica das florestas nubladas, a Passiflora catharinensis pertence ao gênero Passiflora e à família Passifloraceae. Além de sua beleza, a espécie tem relevância científica devido às propriedades medicinais associadas às folhas.
Descoberta de nova espécie de bromélia
Outra descoberta significativa no Parque Estadual dos Três Picos foi a identificação de uma nova espécie de bromélia: Nidunelia rodrigoana. Encontrada durante uma pesquisa botânica no Núcleo de Montanhismo de Nova Friburgo, a planta recebeu nome em homenagem ao ambientalista Rodrigo Freitas.
A bromélia passou por um processo rigoroso de análise e descrição científica até ser oficialmente reconhecida internacionalmente. O primeiro registro na natureza ocorreu em 2021, mas sua descrição foi publicada apenas no ano passado. A foto acima foi registrada em maio de 2024.
A descoberta reforça a importância do parque como área de preservação e de pesquisa científica na Mata Atlântica.
Nova espécie de bromélia é descoberta na região serrana do RJ
Outras espécies descobertas em Nova Friburgo
Em 2023, Rodrigo também identificou a Sinningia cochlearis, uma flor endêmica do Rio de Janeiro e de ocorrência extremamente restrita às encostas íngremes das montanhas fluminenses. A planta foi posteriormente catalogada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Flor rara encontrada em Nova Friburgo é catalogada no Jardim Botânico





