Mobilidade urbana e acidentes de trânsito: o que diz a Prefeitura de Nova Friburgo

O trânsito em Nova Friburgo é uma preocupação constante. O crescimento da frota, aliado à infraestrutura limitada e à imprudência de motoristas, tem agravado a circulação na cidade. A falta de investimentos em mobilidade urbana e segurança viária contribui para o cenário preocupante.
Pontos críticos, como a rotatória da Praça do Paissandu e outros, sofrem com congestionamentos e acidentes frequentes. A carência de infraestrutura urbana e mobilidade aumenta os riscos para pedestres e motoristas, evidenciando a necessidade de ações urgentes para tornar as vias mais seguras.
No dia 8 de outubro, uma Audiência Pública sobre Educação, Prevenção e Segurança no Trânsito reuniu autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil na Câmara Municipal de Nova Friburgo. O objetivo foi discutir medidas concretas para conter o aumento de acidentes e mortes no trânsito, que já atingem números alarmantes em 2025.
Segundo o Corpo de Bombeiros, mais de 600 vítimas de acidentes de trânsito já foram atendidas até outubro. O número de óbitos subiu de 10 para 15 neste ano, com destaque para ocorrências envolvendo motociclistas. “Os números são preocupantes e mostram que o trânsito friburguense precisa de ações urgentes. A maioria das ocorrências envolve motos, e a imprudência, aliada à falta de sinalização e infraestrutura adequada, agrava o quadro”, afirmou o Tenente Marcel Átila.
Em muitos casos, atravessar Nova Friburgo de carro leva mais tempo do que vir do Rio de Janeiro até a cidade. De acordo com o Censo 2022 do IBGE, a população ocupada enfrenta deslocamentos significativos: 37,3% gastam entre 15 e 30 minutos para chegar ao trabalho, 6,07% levam de 1 a 2 horas, e 0,41% passam até 4 horas no trajeto, evidenciando os desafios da mobilidade urbana na cidade.
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O que diz a Prefeitura
Segundo informou a Prefeitura de Nova Friburgo ao Serra News, o aumento de acidentes é resultado de múltiplos fatores. De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Urbanismo, a imprudência de motoristas seria a principal causa, incluindo excesso de velocidade, desrespeito à sinalização, uso de celular ao volante e condução sob efeito de álcool.
Ainda segundo a administração municipal, o aumento de acidentes envolvendo motocicletas estaria relacionado à falta de habilitação, não utilização de equipamentos de segurança e manobras arriscadas. A Prefeitura também destacou que a geografia da cidade, com vias sinuosas e trechos de serra, exigiria atenção redobrada, especialmente em dias de neblina.
O trânsito local é gerido por três órgãos: o DER-RJ, responsável pelas vias estaduais; a concessionária Rota 116, que administra a RJ-116; e a Secretaria de Mobilidade e Urbanismo, que cuida das vias municipais. Segundo a Prefeitura, a maior parte dos acidentes ocorreria em trechos urbanos de rodovias estaduais, como RJ-116, RJ-142, RJ-130, RJ-150 e RJ-148.
Em contato com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), não obtivemos retorno sobre as condições e investimentos nas vias estaduais que cortam a cidade.
Ações da Prefeitura
De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Urbanismo, diversas medidas estariam sendo tomadas para reduzir os índices de acidentes:
Plano de Mobilidade Urbana: em desenvolvimento, o projeto prevê rotas alternativas, otimização do fluxo de veículos e priorização de transporte coletivo e modais não motorizados.
Melhorias na sinalização: segundo a Prefeitura, há trabalhos contínuos de revitalização de placas, pintura de faixas de pedestres e adequação de pontos críticos.
Infraestrutura viária: em parceria com a Secretaria de Obras, o Município informou que realiza recuperação e pavimentação de vias, buscando melhores condições de trafegabilidade.