Cresce movimento por ‘dumbphones’ como alternativa ao vício digital

Com a rotina acelerada e o excesso de notificações, cresce o número de pessoas que buscam aliviar a mente e recuperar o foco. Entre as estratégias, destaca-se a troca dos smartphones por “dumbphones” — aparelhos simples, sem acesso a redes sociais, que oferecem apenas funções básicas como chamadas e mensagens.
O movimento, presente em vários países, é impulsionado pela sobrecarga mental causada pela constante pressão do mundo online. Estudos de Harvard apontam que a hiperconectividade está associada a ansiedade e depressão, especialmente entre jovens, agravada pela necessidade de estar sempre disponível e atualizado.
O fenômeno do FOMO (medo de perder algo importante) intensifica-se com as redes sociais, gerando estresse, insegurança e dependência digital. Os “dumbphones” ajudam a romper esse ciclo ao eliminar fontes de comparação social e reduzir o excesso de informações.
Em abril, Mark Zuckerberg admitiu em depoimento à FTC que Facebook e Instagram deixaram de priorizar amigos para focar em entretenimento, influenciadores e conteúdo curado — modelo que se espalhou para diversos aplicativos, aumentando a disputa pela atenção e o bombardeio de estímulos.
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Jovens lideram a busca por alternativas. Além dos celulares de botão, câmeras digitais antigas, tocadores de MP3, agendas físicas e consoles clássicos voltam à rotina como parte de um “detox digital” que alia nostalgia, minimalismo e maior controle sobre a privacidade.
Para os adeptos, a escolha não significa rejeitar a tecnologia, mas redefinir a relação com ela. Mesmo com a necessidade eventual de recursos modernos, como GPS e pagamentos digitais, muitos preferem trocar praticidade por tranquilidade e autonomia. Na era em que tudo é “smart”, optar pelo simples pode ser a decisão mais inteligente.
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