Jaguatirica ferida por tiros em Trajano de Moraes é tratada e devolvida à natureza

Uma jaguatirica (Leopardus pardalis) que havia sido encontrada gravemente ferida em Trajano de Moraes, no interior do Rio de Janeiro, foi devolvida ao seu habitat natural na última sexta-feira (6/6), após um intenso processo de reabilitação. O felino, um macho, apresentava aproximadamente 30 projéteis de chumbo espalhados pelo corpo quando foi resgatado em abril.
A ação de soltura foi realizada durante a Semana do Meio Ambiente e simbolizou uma vitória para a conservação da fauna silvestre. O trabalho de reabilitação foi conduzido pelo Instituto BW, em parceria com a Guarda Ambiental de Trajano de Moraes e Saquarema, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e contou ainda com o apoio técnico da Associação Mico-Leão-Dourado na escolha da área de soltura — cujo local foi mantido em sigilo para proteger a espécie.
O animal foi inicialmente capturado por moradores dentro de um galinheiro e entregue à Guarda Municipal, que acionou o Inea. O órgão ambiental, por sua vez, encaminhou o felino ao Centro de Reabilitação de Animais Selvagens (CRAS) do Instituto BW, em Macaé. Devido à complexidade do caso, ele foi transferido para a unidade de Araruama.
Além dos projéteis, que foram possivelmente disparados por um “trabuco” — arma artesanal usada ilegalmente para caça —, o animal apresentava espinhos de ouriço e uma fratura em uma das patas dianteiras. A equipe veterinária realizou diversas intervenções, incluindo cirurgias para retirada dos projéteis, exames de imagem e acompanhamento clínico especializado.
Depois de semanas de cuidados, a jaguatirica demonstrou melhora significativa e foi considerada pronta para retornar à vida livre. Segundo a veterinária e coordenadora do Instituto BW, Dra. Paula Baldassin, a libertação do animal representa não apenas uma conquista individual, mas um alerta sobre a importância da proteção à fauna. “Respeitar o espaço dos animais silvestres é fundamental para o equilíbrio ambiental e também para a nossa própria sobrevivência”, afirmou.
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O Instituto BW aproveitou a ocasião para reforçar o alerta: ao encontrar um animal silvestre ferido ou em situação de risco, a população deve buscar apoio junto à Guarda Ambiental local, ao Inea ou à própria ONG. “Pequenas ações podem fazer grande diferença na preservação da biodiversidade”, destacou a entidade.
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Sobre o Instituto BW
Criado em 2020, o Instituto BW atua na reabilitação de animais silvestres e na promoção da educação ambiental na região dos Lagos e no Norte Fluminense. A organização se dedica a iniciativas de conservação da fauna, pesquisa científica e medicina veterinária voltada ao meio ambiente.
Fonte: G1