Polícia investiga esquema de pirâmide que movimentou milhões em Bom Jardim

A Polícia Civil está investigando um esquema de pirâmide financeira que causou movimentações milionárias na cidade de Bom Jardim, com ramificações em diversas regiões do Brasil. O caso surgiu após um pastor local se deparar com um aplicativo de investimento online, que prometia lucros através de inteligência artificial e robôs de investimentos. Inicialmente, o pastor, atraído pelos ganhos, passou a investir no aplicativo e, posteriormente, a vender planos de investimento a outras pessoas, iniciando um ciclo característico dos esquemas de pirâmide.

A operação se espalhou rapidamente, com o pastor se tornando gerente dentro do aplicativo e recrutando outros gerentes. De acordo com a Polícia Civil, mais de 215 gerentes – dentre eles, cerca de 20 pastores – e cerca de 3 mil investidores foram atraídos para o esquema em Bom Jardim. Além disso, o modelo de negócios chegou a estados como Mato Grosso, São Paulo e Alagoas, criando uma rede nacional.

O aplicativo alegava realizar aplicações na bolsa de valores por meio de inteligência artificial e oferecia “robôs” que prometiam lucros diários. No entanto, os lucros eram insustentáveis, e o aplicativo foi desativado após apenas quatro meses de operação – o que geralmente duram esses esquemas. Durante esse período, investidores que entraram mais cedo conseguiram obter lucros, criando uma falsa sensação de segurança e atraindo mais participantes.

 

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Em Bom Jardim, o valor movimentado pelo esquema de pirâmide ultrapassou os 5 milhões de reais, mas a suspeita é de que o valor total, considerando outras cidades, seja muito maior. Para aumentar a adesão, a falsa empresa oferecia promessas de lojas físicas para pastores e salários mensais, o que atraiu ainda mais pessoas para o esquema.

Segundo informações obtidas pela reportagem, igrejas chegaram a fechar as portas por medo de represálias. A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar os responsáveis e os danos causados aos investidores, que, em sua maioria, não conseguiram resgatar seus investimentos após o fechamento do aplicativo. O escândalo chocou, principalmente, a comunidade cristã da cidade.