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Fenômeno natural pode ser causa de mortandade de peixes no Rio Paraíba do Sul

A mortandade de peixes no Rio Paraíba do Sul pode estar ligada ao fenômeno natural inversão térmica, apontou o coordenador do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), órgão da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) do Estado de MInas Gerais, José Alves Pires.

“A morte dos peixes pode estar ligada ao fenômeno conhecido por ‘inversão térmica’, fato que ocorre nas estações outono/inverno, quando as águas do Rio Paraíba do Sul durante o dia aquece e, ao anoitecer, esfria bruscamente, fato que provoca alteração em alguns casos do nível de oxigênio em pontos do curso d’água, o que atinge diretamente os peixes, os quais precisam de um nível mínimo de 5 ml/L” – disse o especialista.

No decorrer dos últimos dias peixes da espécie foram encontrados mortos em localidades de São Fidélis, Cantagalo, Cambuci, Itaocara, Campos dos Goytacazes e até em cidades mineiras de divisa com o Rio de Janeiro. Os registros de peixes mortos são apenas da espécie específica, o Dourado (Salminus brasilienses).

Ainda de acordo com o coordenador do NEA, é época de estiagem, fato que pode influenciar também o nível de oxigênio, tendo em vista a redução considerável da quantidade de água e como o esgoto da cidade é jogado sem tratamento no rio, faz com que ocorra um aumento na quantidade desse esgoto, o que provoca a redução na quantidade do oxigênio.

O especialista afirmou ainda que observou que que são peixes Dourados maiores, ou seja, são aqueles que precisam de mais oxigenação, corroborando com os fatos. Não obstante, afirmou que não há, pelas imagens, características físicas nos animais, como manchas ou mudança de coloração, que identifiquem algum tipo de doença.

Nota

Já a Colônia de Pescadores Z-21, de São Fidélis, no Norte Fluminense, emitiu nota sobre os casos. Das amostras coletadas e encaminhadas para os pesquisadores das Universidades, até o momento, obteve-se os seguintes resultados e conclusões:

  • Laudo anatomopatológico da UENF, que constatou um Quadro de Hipóxia Asfixiante, ou seja, causa da morte: asfixia.
  • Laudo da UENF sobre amostras de águas coletadas pelo INEA em águas do Rio Paraíba do Sul e Rio Muriaé. Os elementos analisados foram Alumínio, Titânio, Vanádio, Cromo, Manganês, Ferro, Cobalto, Níquel, Cobre, Zinco, Arsénio, Selênio, Estrôncio, Molibdênio, Cadmio, Bário e Paládio. Todos os elementos estavam dentro dos padrões de aceitabilidade.
  • Relatório FIPERJ/UFRJ de análise de conteúdo estomacal, os quais não apresentaram itens alimentares, que em se tratar de espécie piscívora (predadora) costuma ser normal encontrar estômagos vazios. Não houve indícios de alimentos contaminados nos estômagos das amostras analisadas.

Ainda de acordo com a nota oficial da Colônia de Pescadores Z-21, os peixes necropsiados não apresentaram presença de parasitas nem microrganismos patogênicos em todos os tecidos, o que descarta a possibilidade de morte em virtude de infestação ou infecção por esses organismos.

A Colônia de Pescadores Z-21 irá coletar diversos exemplares de Dourados no Rio Paraíba do Sul, capturados de forma tradicional e que serão encaminhados para que os pescadores da UENF possam realizar as análises necessárias com o objetivo de afastar o receio de um problema generalizado nos Dourados do Rio Paraíba do Sul.

Essas informações irão balizar a atuação do poder público para poder tranquilizar a população e garantir o consumo seguro do Dourado. Caso seja verificado a presença de dourados mortos ou moribundos na calha do Rio Paraíba do Sul, informar por meio dos telefones abaixo: Secretaria de Meio Ambiente de Itaocara – (22) 98120-8730; Projeto Piabanha – (22) 99227-1472 ou Colônia de Pescadores Z-21 – (22) 99704-8882.

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