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Palmeira rara dá sua primeira e última floração em Santa Maria Madalena

Com mais de 30 metros de altura e com folhas de até cinco metros de diâmetro, desde o início de 2021 chama a atenção na paisagem do bairro Parque Itaporanga, em Santa Maria Madalena, Região Serrana do Rio de Janeiro, a imponente palmeira Talipot, nome científico Corypha Umbraculifera, encontrada originalmente no Sul da Índia e no Sri Lanka.

Esse tipo de palmeira tem uma característica muito peculiar. Só passa pelo processo de floração uma única vez, o que leva de 40 a 70 anos para acontecer e depois que dá flores começa um lento processo de morte. Na cidade do Rio de Janeiro quem inseriu essa espécie de palmeira no Aterro do Flamengo, na década dos anos 60, foi o paisagista Burle Marx.

Já na cidade de Santa Maria Madalena a altaneira palmeira Talipot foi plantada no início dos anos 70, mas pelo Senhor Walter Tavares de Amorim. Quis o destino que no mesmo ano em que essa majestosa palmeira apresentou a linda floração anunciando a sua morte, o Seu Walter, aos 95 anos de idade, no dia 11 de dezembro de 2021, desse o seu último suspiro, na cidade do Rio de Janeiro.

Por motivo da sua fragilidade física estava ele uns três anos sem visitar à cidade que o acolhera há tantas décadas. Lamentável que Seu Walter não tenha tido a oportunidade de contemplar a exuberância das flores da sua palmeira Talipot, que depois de quase de 50 anos, pois, segundo o seu Atácilio Giron, 90 anos de idade, um dos mais antigos moradores do bairro, essa palmeira conta 48 anos, e hoje resulta em grande presente do seu Walter aos nossos olhos e ao meio ambiente de Santa Maria Madalena.

Os madalenenses Samuel Muylaert (Engenheiro Ambiental) e Danieli Lima da Cunha (Doutora em Dinâmica dos Oceanos e da Terra), foram os primeiros a observarem que havia algo de especial nas alturas da vegetação do bairro Parque Itaporanga. Consultados por nós Samuel e Dra. Danieli deixaram as suas impressões sobre as características da histórica floração dessa raríssima espécie de palmeira em todo o Brasil, que Santa Maria Madalena orgulhosamente ostenta em seu território, quando afirmaram: “A Polipot é a palmeira de maior inflorescência (conjunto de flores) do planeta, medindo de 6 a 8 metros de diâmetro, produzindo milhões e milhões de florzinhas que são menores que a unha do dedo mindinho. Depois das flores vêm os coquinhos, que tendem gerar novas palmeiras, renovando o ciclo da natureza. Em menos de dois anos do início da floração a árvore terá cumprido sua missão e morrerá”.

Concluíram Samuel e Dra. Danieli dizendo que “as floradas dependem dessa espécie de palmeira depende do local do plantio, clima, solo e insolação, sendo sabido que em seu local de origem costuma florescer aos 70 anos, enquanto que no Brasil acontece mais cedo, já a partir dos 40 ou 50 anos”.

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