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Em crise, Correios podem fechar 700 agências e demitir 10 mil funcionários

Os Correios enfrentam uma das maiores crises financeiras de sua história e estudam um plano de reestruturação que pode resultar no fechamento de até 700 agências e na demissão de 10 mil empregados em todo o Brasil. A estatal corre contra o tempo para obter um empréstimo emergencial de R$ 10 bilhões em até 15 dias, valor necessário para honrar compromissos imediatos.

O plano inicial previa captar R$ 20 bilhões, mas nenhuma instituição financeira demonstrou interesse. Agora, a empresa tenta viabilizar metade do montante, com uma exigência decisiva: garantia do Tesouro Nacional. Caso os Correios não consigam pagar a dívida, o Governo Federal terá que assumir a conta.

Os números refletem a gravidade do cenário. Após registrar lucro recorde de R$ 2,2 bilhões em 2021, a estatal passou a acumular prejuízos consecutivos. Só no primeiro semestre deste ano, o déficit foi de R$ 4,37 bilhões, segundo o balanço mais recente.

Para tentar reverter o quadro, os Correios discutem com o Tribunal de Contas da União (TCU) um pacote de medidas para reduzir despesas. Entre as ações estudadas estão:

  • Plano de demissão voluntária para cortar 10 mil dos atuais 86 mil empregados.

  • Fechamento de 700 agências entre as mais de 10 mil em funcionamento no país.

Concorrência acirrada e perda de mercado

A crise também é reflexo da perda da exclusividade no setor de entregas. A entrada de grandes empresas privadas de logística e e-commerce reduziu significativamente a participação dos Correios no mercado, que hoje detêm apenas 50% das entregas de mercadorias.

Segundo o economista Renan Silva, a estatal tentou competir no transporte de cargas, mas não conseguiu atingir o mesmo nível de eficiência e agilidade das gigantes do comércio eletrônico, o que agravou ainda mais a situação financeira.

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