A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em setembro no Brasil o Lemborexant, um medicamento inovador para o tratamento da insônia. Diferente dos remédios tradicionais, ele atua bloqueando apenas os sinais que mantêm o cérebro em estado de alerta, promovendo um sono mais natural e com menor risco de dependência.
A insônia é um problema que afeta milhões de pessoas no país. Estudos apontam que cerca de um em cada três brasileiros sofre com dificuldade frequente para dormir, impactando a saúde física, emocional e a qualidade de vida. Globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 30% da população enfrenta problemas de sono, e 10% têm insônia crônica.
Por décadas, os tratamentos disponíveis incluíam benzodiazepínicos e hipnóticos não benzodiazepínicos, como zolpidem e zopiclona. Embora eficazes, esses medicamentos apresentam riscos de dependência e efeitos colaterais, como sonolência excessiva e lapsos de memória. Nesse cenário, o Lemborexant surge como uma alternativa moderna e mais segura.
O Lemborexant é classificado como antagonista dual dos receptores de orexina (DORA). Diferente dos remédios clássicos, que deprimem diretamente o sistema nervoso central, ele atua bloqueando hormônios que controlam a vigília, permitindo que o corpo entre em sono de forma fisiológica. Estudos internacionais, incluindo publicações da Universidade de Oxford e da revista The Lancet, indicam que ele melhora significativamente a qualidade e a duração do sono, com menor risco de efeitos adversos.
Entre os principais benefícios apontados estão: menor risco de dependência e tolerância, ação que respeita o ciclo natural do sono, redução de efeitos colaterais como sonolência e lapsos de memória, e possibilidade de uso prolongado sob supervisão médica.
Apesar das vantagens, especialistas alertam que o medicamento não é indicado para todos os casos. Pessoas com apneia grave do sono, insuficiência respiratória significativa ou doenças hepáticas devem ser avaliadas cuidadosamente. Também é essencial acompanhamento médico, já que podem ocorrer sonolência diurna, dores de cabeça e alterações cognitivas, além de interações com outros medicamentos.
A aprovação do Lemborexant representa um marco no tratamento da insônia no Brasil, oferecendo esperança a pacientes que não obtiveram resultados satisfatórios com terapias tradicionais ou sofrem com efeitos colaterais indesejados.
Ver essa foto no Instagram