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Maior operação da história do Brasil combate o tráfico de animais no RJ

Mais de mil policiais civis foram às ruas na terça-feira (17/09) na maior operação já realizada no Brasil para combater o tráfico de animais silvestres, armas e munições. A ação, batizada de “Operação São Francisco”, foi coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e é resultado de um ano de investigações que identificaram a maior organização criminosa do estado do Rio de Janeiro, com conexões em outros estados, como São Paulo e Minas Gerais.

Durante a operação, foram cumpridos mais de 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão em diversas regiões do Rio de Janeiro — incluindo capital, Baixada Fluminense, Região Serrana e Região dos Lagos — além de ações em outros estados.

O trabalho contou com o apoio de diversas unidades da Polícia Civil, da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), do Ministério Público, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Ibama.

Segundo o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, “por meio de uma investigação profunda, conseguimos comprovar a ligação dessa organização criminosa com facções que atacam a liberdade da população. Além do crime ambiental, esse grupo comercializava armas e munições, usadas em diversos outros delitos”.

A investigação identificou 145 criminosos, responsáveis pelo tráfico de animais silvestres há décadas no estado. O grupo fornecia espécimes para feiras clandestinas e mantinha uma estrutura organizada com diferentes núcleos:

  • Caçadores, que capturavam animais em seus habitats naturais;

  • Atravessadores, que transportavam os animais de forma ilegal para centros urbanos;

  • Especialistas em primatas, que dopavam e vendiam macacos retirados de áreas como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto;

  • Falsificadores, que criavam documentos e anilhas falsas para ocultar a origem ilícita;

  • Núcleo de armas, responsável pelo fornecimento de armamento e munições.

O inquérito também aponta que os traficantes mantinham relações com facções criminosas, garantindo a venda de animais em áreas controladas pelo tráfico de drogas.

Para dar apoio à operação, foi montada uma base na Cidade da Polícia, onde os animais resgatados receberam atendimento médico veterinário e foram avaliados por peritos criminais. Em seguida, serão levados a centros de triagem, com o objetivo de reintroduzi-los à natureza.

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