A inadimplência empresarial atingiu um recorde em janeiro, segundo a Serasa Experian. O levantamento revelou que 7,1 milhões de empresas, ou 31,4% dos CNPJs do país, estão com dívidas, o maior índice desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas.
O valor total das dívidas é de R$ 154,9 bilhões, com um aumento de R$ 4,3 bilhões em relação a dezembro. Em média, cada CNPJ tem 7,2 contas negativadas. A economista da Serasa, Camila Abdelmalack, destaca que o aumento das taxas de juros é o principal fator por trás do crescimento da inadimplência. “A elevação dos juros eleva o custo do crédito, dificultando o financiamento e impactando diretamente a capacidade das empresas de gerenciar seu fluxo de caixa”, explica.
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Além do impacto no crédito, a alta dos juros também reduz a demanda por produtos e serviços, criando um ciclo vicioso na economia. O setor de serviços lidera os índices de inadimplência, com 52,4% das empresas afetadas, seguido pelo comércio (35,3%) e indústrias (8%).
O grupo “Outros”, que inclui os setores financeiro e o terceiro setor, representa 3,3%, enquanto o setor primário tem 1,0%. No que diz respeito ao valor das dívidas, “Serviços” (31,7%) e “Bancos e Cartões” (20,5%) são os mais impactados.
Entre os estados, Alagoas tem o maior percentual de empresas inadimplentes (41,1%), seguido pelo Distrito Federal (39,9%) e Pará (39,3%). Das 7,1 milhões de empresas com dívidas, 6,6 milhões são micro e pequenas empresas (MPEs), que acumulam R$ 133,9 bilhões em dívidas, com uma média de 6,9 contas atrasadas por empresa.