Justiça determina afastamento cautelar de vereador de Cordeiro

Em decisão proferida em 17 de fevereiro pela Vara Única da Comarca de Cordeiro, a juíza Samara Freitas Cesario determinou o afastamento cautelar do vereador Matheus Mattos Tomaz por 90 dias – com possibilidade de prorrogação – no âmbito de uma ação civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
O processo apura indícios de fraude em licitações da Exposição Agropecuária de Cordeiro. Segundo os autos, a contratação para fornecimento de bebidas e gelo teria sido manipulada através de uma empresa “laranja”, cuja sede não era efetivamente operacional, mas sim um imóvel locado pelo próprio vereador, proprietário da Mattos Distribuidora.
Além de Matheus Mattos, os réus Vitor Pinho Florencio, Leonan Lopes Melhorance e Gilson Tomaz também foram citados na ação. A redação do portal contatou o vereador Matheus Mattos e a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cordeiro, garantindo-lhes a oportunidade de se manifestar. No entanto, não obtivemos acesso aos demais. O espaço segue aberto para todas as partes citadas.
A medida cautelar foi fundamentada na necessidade de preservar a ordem pública administrativa e evitar a continuidade de práticas ilícitas, uma vez que as investigações apontaram que o esquema fraudulento teria ocorrido de forma reiterada, comprometendo o caráter competitivo dos certames licitatórios.
Com a decisão, a Câmara Municipal de Cordeiro foi comunicada para tomar as providências cabíveis, enquanto os acusados terão 30 dias para apresentar sua defesa.
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Expo Cordeiro marcada por ilegalidades
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Em 2024, a Justiça de Cordeiro chegou a suspender a Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial do município após o Ministério Público do Rio de Janeiro apontar diversas ilegalidades, falhas na organização e riscos à segurança pública. No entanto, a Prefeitura recorreu, e o evento ocorreu normalmente.
Segundo o MPRJ, a administração municipal descumpriu exigências legais na contratação de serviços essenciais — como rodeio, parque de diversões, camarote e serviço médico imediato — além de tentar burlar os trâmites licitatórios e os prazos estabelecidos, sem obter autorização do Corpo de Bombeiros. Essas manobras foram revertidas, garantindo a realização do evento.
O MPRJ segue investigando outras possíveis irregularidades. De acordo com as apurações, o prefeito Leonan Melhorance é suspeito de manipular licitações para beneficiar empresários e aliados políticos. O suposto esquema consistiria no cancelamento de certames regulares para, em seguida, contratar empresas de sua preferência por dispensa de licitação ou outros artifícios.
Além disso, pela primeira vez em décadas, a ‘Expo Cordeiro’ ocorreu sem o tradicional parque de diversões, reflexo da falta de planejamento do evento. O Poder Judiciário reconheceu a ilegalidade na contratação desse serviço, trazendo à tona os “conchavos” políticos que marcaram um dos eventos mais aguardados do interior fluminense.
Urgente: Justiça suspende Expo Cordeiro por diversas ilegalidades
É oficial: Exposição de Cordeiro não terá parque de diversões este ano