Impostos representam até 34% do preço dos combustíveis nos postos

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a alta dos combustíveis aos intermediários da cadeia de distribuição e defendeu a venda direta de diesel e gasolina pela Petrobras a grandes consumidores. No entanto, os tributos e a parcela da estatal são os principais componentes do preço da gasolina nos postos.
Impacto dos impostos no preço da gasolina e do diesel
Segundo a Petrobras, os impostos representam até 34% do valor cobrado pela gasolina nos postos. Com o preço médio do litro a R$ 6,37 (dados da ANP), R$ 2,16 correspondem a tributos. A distribuição e revenda respondem por R$ 1,12 (17,6%).
No caso do diesel, a distribuição e revenda compõem 18% do preço final. A carga tributária é menor que a da gasolina, somando 22% (5% federais e 17% estaduais).
Desde a privatização da BR Distribuidora (atual Vibra Energia), a Petrobras não atua mais na distribuição direta de combustíveis aos consumidores.
Composição do preço da gasolina
- ICMS (Imposto Estadual): R$ 1,47 (23,1%)
- PIS/Cofins (Tributos Federais): R$ 0,69 (10,8%)
- Parcela da Petrobras: R$ 2,21 (34,7%)
- Custo do etanol (mistura de 27%): R$ 0,88 (13,8%)
- Distribuição e revenda: R$ 1,12 (17,6%)

Composição do preço do diesel
O preço médio do diesel é de R$ 6,47. Sua composição inclui tributos, parcela da Petrobras, custo do biocombustível e distribuição.
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Reajuste do ICMS impacta preços
Desde 1º de fevereiro de 2025, o ICMS sobre combustíveis aumentou, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O imposto sobre a gasolina subiu 7,14%, adicionando R$ 0,0979 ao litro, enquanto o diesel teve reajuste de 5,31% (R$ 0,0565 por litro). Embora os aumentos sejam pequenos, eles foram repassados ao consumidor final.
Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o preço médio da gasolina subiu 3,02% na primeira quinzena de fevereiro, atingindo R$ 6,49 por litro.
Lula critica intermediários e tributação estadual
Em evento no dia 17 de fevereiro, Lula defendeu a venda direta de combustíveis para reduzir custos ao consumidor. Ele criticou os intermediários e destacou o peso do ICMS na formação do preço final.
“O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e chega à bomba por R$ 6,49. Ou seja, ela é vendida pelo dobro do preço de origem. Mas, quando há aumento, a culpa recai sobre a Petrobras, mesmo quando o impacto vem de tributos estaduais e da margem dos postos”, afirmou o presidente.
A declaração reacende o debate sobre a estrutura de preços dos combustíveis e a necessidade de revisão na cadeia de distribuição.
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