Mandante dos crimes contra animais em Cordeiro ainda é desconhecido; Câmara rejeita abertura de investigação

O mandante dos crimes de maus-tratos contra animais, que resultaram na prisão de seis servidores da Defesa Civil de Cordeiro, ainda não foi revelado. Nem a Prefeitura nem a Polícia Civil esclareceram de onde partiu a ordem para o envenenamento de cães em situação de rua – o que causa estranheza.
No dia 27 de agosto, os seis servidores foram detidos em flagrante pela Polícia Civil. De acordo com a investigação, os funcionários uniformizados utilizavam veículos oficiais da Prefeitura para capturar cães de rua. Após a captura, aplicavam superdosagens de sedativos nos animais, que eram posteriormente abandonados agonizando em estradas e áreas afastadas do município.
O caso gerou indignação entre moradores e protetores de animais, que exigem respostas das autoridades. Questionada, a Polícia Civil informou que “a investigação segue sob sigilo”, enquanto a Prefeitura de Cordeiro não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Prefeitura não esclarece os fatos
A direção do portal enviou uma série de perguntas à Prefeitura, sem obter retorno. Entre os questionamentos estão a identificação do mandante da ação, se o prefeito tinha conhecimento ou participou da decisão, e quem é responsável pelo Procedimento de Sindicância nº 4228/2025, bem como o prazo estimado para a conclusão do processo.
Também foi questionado o estado de saúde dos animais resgatados, quais cuidados estão sendo oferecidos e como a Prefeitura pretende manter o funcionamento da Defesa Civil, após a prisão de quase todo o efetivo. Além disso, buscamos informações sobre possíveis denúncias anteriores de maus-tratos e medidas preventivas para evitar novos casos. Não obtivemos resposta.
Câmara rejeita abertura de investigação
A direção do portal também entrou em contato com a Câmara Municipal de Cordeiro, que não se manifestou. Entre os questionamentos enviados estavam o posicionamento oficial do Legislativo sobre os casos de maus-tratos e se há intenção de acompanhar o andamento das investigações e cobrar medidas da Prefeitura.
Ainda foram enviadas perguntas sobre a realização de sessão especial ou audiência pública para discutir o caso, as ações que serão adotadas para garantir transparência e responsabilização dos servidores envolvidos e a existência de propostas de políticas públicas para prevenir novos episódios de maus-tratos a animais no município. O portal não obteve resposta.
No entanto, durante a sessão ordinária realizada na segunda-feira (8/9), a Câmara de Cordeiro rejeitou, por unanimidade, a denúncia do cidadão Almir Cesar Firmino, que solicitava a abertura de uma Comissão Processante (CP) para investigar o mandante dos crimes contra animais.
De acordo com o documento, o prefeito da cidade estaria custeando a defesa jurídica dos servidores presos em flagrante, o que levantaria suspeitas de obstrução da Justiça e tentativa de silenciar os envolvidos. Ainda segundo o documento, a conduta poderia caracterizar interferência nas investigações e, se confirmada, configuraria infração político-administrativa prevista no Decreto-Lei nº 201/1967.
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Indignação e cobrança por respostas
O caso gerou forte repercussão em Cordeiro e repercussão nacional. Enquanto isso, ninguém esclareceu quem deu a ordem para a ação criminosa. A sociedade cobra não apenas a punição dos responsáveis, mas também medidas concretas para evitar que crimes dessa gravidade se repitam.
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