Alta de quase 17% na conta de luz impulsiona inflação ao maior nível desde 2003
A inflação de fevereiro atingiu 1,31%, o maior valor desde março de 2022, com destaque para o impacto da alta da energia elétrica, que subiu 16,8%. O aumento no preço da conta de luz foi responsável por 0,56 ponto percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pressionando significativamente o indicador, o maior para o mês de fevereiro desde 2003, quando registrou 1,57%.
Os dados, divulgados na segunda-feira (12/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também revelaram que o acumulado de 12 meses do IPCA é de 5,06%, o maior nível desde setembro de 2023, ultrapassando a meta do governo de 3%, com uma margem de tolerância de até 4,5%.
A energia elétrica foi o principal responsável pela aceleração da inflação, com o efeito estatístico do fim do Bônus Itaipu, que havia reduzido o preço da conta de luz em janeiro, mas não foi renovado em fevereiro. Esse aumento refletiu diretamente no grupo habitação, que passou de -3,08% para 4,44% em fevereiro, contribuindo com o maior impacto inflacionário do mês (0,65 ponto percentual).
Além da energia elétrica, o setor de educação também teve peso significativo no aumento da inflação, com os reajustes de mensalidades escolares, que subiram 4,7%. As mensalidades do ensino fundamental, médio e pré-escola tiveram os maiores aumentos, variando de 7% a 7,5%, impactando o índice com 0,28 ponto percentual.
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Embora o preço dos alimentos tenha desacelerado em fevereiro, com um aumento de 0,70% (ante 0,96% em janeiro), os alimentos ainda representaram um peso considerável na inflação. O café moído, por exemplo, teve uma alta de 10,77%, e o ovo de galinha subiu 15,39%.
O estudo revelou que cerca de 92% do aumento do IPCA de fevereiro foi concentrado em quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação, educação, alimentação e bebidas, e transportes.
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