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Americanas avalia fechar 80 unidades e realizar novas demissões

A Americanas planeja encerrar a atividade em 80 unidades espalhadas pelo país e avalia a melhor estratégia para fazer um novo corte de funcionários nas lojas físicas. Em entrevista ao Estadão, publicada na segunda-feira (26/2), o presidente da empresa de varejo, Leonardo Coelho, disse que sonda duas estratégias possíveis para alcançar a meta de rentabilidade da organização.

A 1ª hipótese mira no aumento do número de subordinados por gerentes na empresa. Com isso, cada gerente passaria a ter de 5 a 7 supervisores sob sua responsabilidade –atualmente, cada chefia conta com 2 supervisores. No 2º cenário, a marca avalia os efeitos de disponibilizar apenas 60% do orçamento do último ano para os setores que compõem a organização, em uma lógica de “orçamento base zero”.

“Com base na comparação dos 2 exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, declarou Coelho.

Quanto ao plano de fechar novas lojas físicas, o presidente da rede de varejo diz que 80 unidades que contam com números negativos estão em uma lista de observação. Elas serão monitoradas durante os próximos 3 meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o 1º e o 2º níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, disse Coelho.

A decisão pelo encerramento das atividades, no entanto, será a última a ser tomada. Até lá, o empresário planeja testar outras possibilidades: negociar com os donos dos imóveis e mudar a variedade de produtos ofertados. A estratégia dependerá da realidade de cada unidade. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade”, afirmou Coelho.

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Balanço 2023

Segundo divulgado na segunda-feira (26/2), a Americanas teve um prejuízo de R$ 4,61 bilhões de janeiro a setembro de 2023. O montante representa melhora com relação aos R$ 6,02 bilhões de prejuízo registrados nos 9 primeiros meses de 2022. As informações constam no relatório (íntegra – PDF).

A empresa está em recuperação judicial depois de anunciar inconsistências contábeis de R$ 25,2 bilhões no início de 2023. Os resultados dos 3 primeiros trimestres do ano passado estavam previstos para 31 de janeiro, mas foram adiados pela varejista sucessivamente. O último balanço havia sido divulgado em novembro de 2023, quando a Americanas reportou prejuízo de R$ 12,9 bilhões em 2022.

A Americanas registrou queda de 45,1% em sua receita líquida nos 9 primeiros meses de 2023 com relação ao ano anterior. O montante de janeiro a setembro de 2023 ficou em R$ 10,293 bilhões. No mesmo período de 2022, a receita líquida foi de R$ 18,741 bilhões.

Conforme o relatório, a principal razão para a queda na receita foi a diminuição das vendas on-line depois que as inconsistências contábeis foram reveladas. Foi registrada queda de 77,1% de janeiro a setembro de 2023 com relação ao mesmo período de 2022.

“No canal digital, onde o ticket médio é mais alto e os produtos são mais comparáveis, em um 1º momento, sofremos um choque de confiança”, diz a empresa, acrescentando que “o impacto inicial foi se dissipando ao longo dos trimestres” de 2023.

Fonte: Estadão

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