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Cantagalo recebe mudas de árvores para doação do programa Replantando Vida

O município de Cantagalo, na Região Serrana do Rio, recebeu 3 mil mudas para doação aos munícipes do programa Replantando Vida, da Cedae. Outras 2 mil mudas de variadas espécies devem ser recebidas em outubro. A parceria é celebrada entre a Secretaria de Meio Ambiente e a Cedae, vencedora do prêmio Firjan Ambiental 2021.

As mudas estão disponíveis no Horto Municipal José Maria Huguenin, localizado no bairro Chácara da Banheira. São espécies nativas da Mata Atlântica que podem ser usadas para o reflorestamento e implantação de sistemas agroflorestais (forma de cultivo que combina a floresta com áreas plantadas) em pequenas propriedades rurais, garantindo a proteção dos recursos hídricos e incentivando o plantio de espécies arbóreas.

Todas as mudas foram cultivadas no viveiro que a própria Cedae mantém na Colônia Penal Agrícola de Magé, por apenados em regime semi-aberto e que cumprem final de pena. Eles integram o programa Replantando Vida, um convênio entre a Companhia e a Fundação Santa Cabrini (FSC).

Entre as mudas doadas para Cantagalo, estão cajá-mirim, goiaba, pau-formiga, maricá, ipê-roxo, mirindiba, dedaleiro, fruta de papagaio, entre outras espécies. Para adquirir mudas, basta se direcionar ao Horto Municipal de Cantagalo com o CPF ou RG em mãos e retirar até 30 mudas por pessoa.

“Com esta ação, a Secretaria de Meio Ambiente de Cantagalo busca incentivar o plantio de espécies no território cantagalense, restaurando áreas e buscando proteger os cursos hídricos no município. Plante uma árvore!” – disse o secretário Carlos Edy.

Cantagalo recebe mudas de árvores para doação do programa Replantando Vida

Replantando Vida

A possibilidade de recomeço e de impacto positivo alinhado com o desenvolvimento sustentável. Esse é o objetivo que move a iniciativa Replantando Vida a proporcionar uma mudança social e ambiental, por meio do trabalho de pessoas em ressocialização na produção de mudas destinadas ao reflorestamento da Mata Atlântica. O projeto já contribuiu com a reinclusão social de mais de 4 mil pessoas a partir de um convênio entre a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e a Fundação Santa Cabrini, gestora do trabalho prisional no Estado.

O bioma que já foi o segundo maior da América do Sul, atrás somente da Amazônia, hoje luta pela sobrevivência. A Mata Atlântica se estendia do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, literalmente de ponta a ponta deste país continental. Hoje, restam apenas 12% de sua área florestal original, se levada em consideração toda sua cobertura, segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica. Ainda segundo dados da ONG divulgados em 2020, o desmatamento do bioma aumentou 30% entre 2018 e 2019.

Alan Henrique de Abreu, engenheiro florestal da CEDAE, defende a importância do reflorestamento: “A Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado que temos hoje em dia, ela cobria 98% da área no Estado do Rio de Janeiro e hoje sobram cerca de 20%”, explica.

A sustentabilidade é um valor importante do Replantando Vida, que reúne esforços para a recuperação de matas ciliares, nascentes, zonas de recarga e bacias hidrográficas, buscando atingir áreas que são essenciais para o volume de água dos corpos hídricos. Visando também a sustentabilidade, o projeto utiliza o lodo do esgoto (resíduo do esgoto recolhido pela própria CEDAE) como substrato para a produção de mudas. O engenheiro florestal faz uma relação entre criminalidade e degradação ambiental. O desmatamento é uma das consequências do processo de crescimento desenfreado das cidades costeiras brasileiras, assim como as altas taxas de criminalidade que surgem com essa urbanização.

Nesse sentido, o Replantando Vida busca solucionar os dois problemas. Abreu confirma que a mudança na vida dos gerenciados a partir das novas perspectivas é notório: “Entrevistar essas pessoas, depois recebê-las aqui fora, poder dar um curso de capacitação e acompanhá-las no dia a dia é realmente impressionante. O mais gratificante é ver como elas vão evoluindo e mudando suas percepções”, conclui.

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