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Cidades do interior do Rio podem ficar sem doses da Sputnik V após decisão da Anvisa

Durante uma reunião na última segunda-feira (26), a Anvisa negou o pedido para importação da vacina Sputnik V para dez estados brasileiros. Maricá e Niterói, na Região Metropolitana do Rio, estão com pedidos pendentes de avaliação, ainda dentro do prazo. Além das duas cidades que haviam formalizado os pedidos à Anvisa, outras 53 cidades do estado do Rio planejavam comprar a vacina.

O Consórcio Nacional de Vacinas de Cidades Brasileiras, criado pela frente nacional de prefeitos, esperava adquirir 30 milhões de doses ainda neste mês. Entre os 53 municípios fluminenses que pertencem ao consórcio, estão, por exemplo, Campos dos Goytacazes, Macaé, Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, Araruama, Nova Friburgo e Teresópolis.

A compra já estava em negociação, e o interesse foi apresentado a representantes do Fundo Soberano Russo no dia 13 de abril. Após a negativa da Anvisa, o Consórcio disse que se prepara para reavaliar os termos da negociação, e afirma também que já havia iniciado o processo de diálogo com outros possíveis fornecedores internacionais. Sem pertencer ao consórcio, Maricá havia encomendado 500 mil doses da Sputnik V.

O parecer da Anvisa

A decisão foi unânime contra a importação. O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária considerou que o imunizante pode trazer riscos à saúde. A Anvisa também apontou que não recebeu um relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade.

Diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante foram apresentadas, e os gerentes da Anvisa explicaram que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus pode até causar doenças.

A Anvisa ainda diz que técnicos não foram autorizados a visitar todos os locais de fabricação da vacina durante inspeção na Rússia. A Agência também não conseguiu identificar os fabricantes da matéria prima da vacina.

A fabricante da vacina russa se manifestou sobre a decisão nas redes sociais:

“Os atrasos da Anvisa na aprovação da Sputnik V são, infelizmente, de natureza política e não têm nada a ver com acesso à informação ou ciência. Testes clínicos em 5 países e vacinação no mundo real em mais de 40 países mostraram que a sputnik é uma das vacinas mais seguras e eficientes do mundo. México, Argentina, Hungria e outros compartilharam publicamente dados de que a Sputnik V é a escolha mais segura”, acrescentou em outra publicação. A Sputnik V compartilhou com a Anvisa todas as informações e documentações necessárias, muito mais do que o utilizado para homologar a Sputnik V em 61 países. Esperamos que a ciência, e não a pressão de outro país, seja usada para a tomada de decisão”, publicou a fabricante.

Fonte: G1

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