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Mata do Posto Zootécnico: Uma riqueza natural no centro de Cordeiro

Hoje vamos fugir um pouco, não digo do tema, mas não temos nenhum pássaro ou animal na coluna desta semana, e sim de um lugar muito importante, que foi palco de temas de diversas colunas apresentadas aqui no Lente Natural.

Vou escrever sobre o famoso Parque de Exposições Raul Veiga no município de Cordeiro – RJ, palco da Exposição Agropecuária de Cordeiro, e que tem como um dos pontos principais, a famosa Mata do Posto Zootécnico, a qual será nosso tema. De lá que saem muitos dos registros dos nossos amigos penosos. Vale destacar que essa é uma Área de Proteção Ambiental (APA).

O parque de exposições também é popularmente conhecido como Posto de Monta, devido a uma atividade antiga que ocorria no local, que era o cruzamento de caprinos e equinos. Local diverso que, além de ser um parque de lazer, práticas de esporte e eventos, abriga órgãos públicos como Detran, Emater, Vigilância Sanitária, um polo da FIPERJ (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro), além do Corpo de Bombeiros e duas instituições de ensino: uma unidade do IFF e um CIEP.

 

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Vale um destaque maior para a estrada em torno da Mata do Posto, e a própria mata que é o coração do parque e do centro da cidade, com seu “cocuruto verde”. Esse é local de morada de inúmeras espécies animais, como gambá, esquilos, primatas, ouriços, quatis, répteis, anfíbios, artrópodes diversos e aves, essas com maior destaque em minhas colunas anteriores, por representar muitas espécies.

 

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Podemos destacar as espécies de aves com registros fotográficos tais como:

  • surucuá-variado (Trogon surrucura), que figura como um dos ou o mais bonito da mata devido suas cores;
  • o barbudo-rajado (Malacoptila striata) um dos pássaros mais quietos e calados da mata mas muito belo;
  • o famoso pássaro dançarino tangará (Chiroxiphia caudata), que realiza cortejos dançantes que são um verdadeiro espetáculo;
  • a rendeira (Manacus manacus) que também realiza danças nupciais;
  • pássaros aquáticos, ou que dependem de água, como frango-d’água-comum (Gallinula galeata), que literalmente lembra uma galinha, inclusive nas pernas, mas que nada até melhor que um pato e se precisar e corre sobre as águas, a vistosa e misteriosa garça-real (Pilherodius pileatus), que tem um bico azul e barriga amarela.. Na verdade, são tantos pássaros que é difícil falar ou escolher algum.

 

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Registros da coluna Lente Natural!

Há espécies que dizem ocorrer na no local, mas que ainda não foram observadas em minhas incursões, como o tiê-de-topete (Trichothraupis melanops), que se abriga mais no interior do fragmento de mata atlântica. Mas espero que em breve possa figurar em uma coluna. Vale salientar, que os registros fotográficos, além dos registros orais sobre a ocorrência de possíveis espécies no local, faz do parque um ponto interessante para observadores de aves.

 

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No entanto, tal atividade não é explorada por lá, apenas poucas pessoas vão lá para este fim. O que posso dizer para vocês é que quando estou fotografando por lá, sempre passam pessoas variadas e perguntam o que faço. Quando falo que fotografo aves, logo perguntam se tem muito, o que eu já fotografei e sempre relatam já terem visto determinado pássaro. Perceber esse interesse é extremamente gratificante.

Mas não devemos esquecer que este local abriga riquíssima flora, com árvores bastante interessantes como sibipiruna, bandarra, sanandu, pau ferro e as de lei como braúna, espécie que está cada vez mais rara, além de ipê roxo e amarelo, que colorem a mata. Queria falar de tudo, mas seria uma coluna sem fim.

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Dois pontos interessantes é a presença do FIPERJ no local, onde açudes e poços repletos de peixes, atraem diversos animais, como bandos de andorinhas e pássaros aquáticos, o que torna mais vasta a avifauna local. O espaço cria, ainda, um ambiente favorável à presença de anfíbios, como sapos, rãs e pererecas. O que se ouve de conhecedores do local e moradores, é que quando a noite vai chegando é uma sinfonia. O local também é farto em aracnídeos e insetos variados, que são alimento direto de anfíbios.

Podemos concluir que com seus aproximadamente 13 hectares, essa área pode ser muito bem explorada na questão que se refere à observação da avifauna e da riquíssima flora. Além de que, como floresta urbana, a mata do posto contribua para o equilíbrio climático da cidade.

Coluna anterior: Alma-de-gato (Piaya cayana)

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